Ação de doar, de oferecer alguma coisa a alguém. Substantivo feminino. Do infinito latim donare–dono, transferir o dono. Para o economista espanhol Joan Antoni Melé, o dinheiro exerce 3 funções na nossa sociedade: o de comprar, poupar e doar. Numa lição de casa de matemática, dada por um professor de escola particular em SP, ele pergunta quais são os 3 “tipos” de dinheiro. Na resposta do aluno aparecem: compra, empréstimo e doação. “Doação é quando você compra um ingresso de teatro e não vai. Deixa o dinheiro para os atores”, exemplifica o aluno.

Joan Melé, em uma palestra recente no Brasil, fala do conceito de doar em paralelo a morte. Da associação feita do ato de doar como algo que morre para si e nasce para o outro. Um conceito que pode estar associado também a um dos sinônimos de doação que é a esmola. Ou podemos mudar o olhar. Como uma árvore frutífera que produz frutos para alimentar pássaros, animais e humanos. Ela não se autoalimenta do que produz, mas só é capaz de produzi-los se estiver alimentada e for saudável.

A cultura de doação de um país é um indício da maturidade e evolução da consciência coletiva de uma sociedade. Podemos entender que, quanto mais elevada é a cultura de doação de um país, mais pessoas possuem o entendimento de que são parte da transformação positiva da sociedade e também responsáveis para que ela aconteça. É o que chamamos de sociedade co-responsável. Eu não vivo, necessariamente, essa situação, mas ela me diz respeito e preciso ser um agente de transformação.

O Brasil tem fama de hospitaleiro, solidário e acolhedor, mas não é um país onde as pessoas se doam em prol das outras – seja financeiramente, seja fisicamente. Quem comprova isso são os resultados da pesquisa Doação Brasil, realizada em 2015, pelo IDIS, Instituto pelo Desenvolvimento do Investimento Social.

O Brasil posiciona-se na 60ª posição no quesito ajudar um estranho, 59ª posição para doação em dinheiro para uma ONG e 79ª posição no ranking de voluntariado. Segundo estudos, mais de 65% dos brasileiros gostariam de se engajar mais em causas sociais e serem mais participativos no cotidiano da transformação positiva que nossa sociedade precisa. Mas, quando perguntados por que não participam, a maioria responde: “por falta de dinheiro extra para doar”, “por falta de tempo livre para ser voluntário” e “porque nenhuma ONG solicitou”. Um desafio a ser vencido.

Mas existem saídas. Como em tudo na vida. Estamos próximos do final do ano. Temos a oportunidade, mais uma vez, de ajudar. De fazer parte da tal mudança que tanto queremos ver. Doar trabalho, doar energia, doar alimento, doar roupas, doar dinheiro. Doar. Se desfazer (ou fazer) de algo em prol do outro. Porque melhor presente do que comprar é poder dar. Dar ao outro a possibilidade de ser e estar.

Porque acreditamos num Brasil mais humano a cada doação. Onde encontros transformem pessoas. Porque encontros mudam histórias e histórias mudam o mundo.

Doe. Seja um Fazedor de Histórias. CLIQUE AQUI