Ela se chama Leda, mas podia se chamar Francisca, Joana, Gabriela. Ou João, Pedro, Bruno. Porque, como poderia dizer a música da bailarina, de azedo todo mundo tem um pouco. O livro Ledazeda, de Mahyra Costivelli, fala do mau humor enquanto sentimento e sensação na vida. Como lugar de reconhecimento e característica. O livro trata de como os outros vêem Leda – ou como os outros nos vêem e nos descrevem. 

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Leda era uma menina verde e azeda, mais conhecida como Ledazeda. Fechada e irada, tudo que provava era azedo. Não engolia quase nada. Acabava soltando por aí tudo que vinha, mas voltava. Era do contra. Bufava a vida e mordia quem tentava dela se aproximar. “Ninguém entendia porque Leda só feria”. Nem ela mesma...

Mas foi numa trovoada, que Leda conheceu Ada. Uma fada verde esmeralda. E só mesmo alguém como ela é capaz de encontrar cor onde se vê horror. Nem mesmo Leda imaginou que fosse capaz de ter tantas cores, tantas outras possibilidades além do mundo azedo em que ela vivia. A vida podia ser mais camarada. E enquanto Ada tocava com seu pincel, Leda era retocada em suas cores.

O livro é muito simbólico. Fala de trocas, de dar e receber. Permitir que o outro se aproxime do mundo mais guardado que você tem. Deixar ser visto. E poder se despir para vestir novamente. Mas diferente. Porque agora Leda era capaz de entender de onde vinha sua dureza. Leda era capaz de olhar pra dentro de si e entender que a braveza era, na verdade, o medo escondido.

E quem não tem medo? Simplesmente medo. O da Leda era de desaparecer. De não existir. E para garantir que seria vista, achou melhor tentar morder. Mas Leda entendeu que a cada mordida deixava uma marca nas pessoas e achou melhor ser lembrada como Leda amada e não Leda azeda.

Vale muito a leitura! Para as crianças de todas as idades. 

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