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Oficina - Chegadas e Partidas: Trabalhando as transições no acolhimento

Oficina - Chegadas e Partidas: Trabalhando as transições no acolhimento

No dia 26 de abril aconteceu a oficina “Chegadas e Partidas: Trabalhando as transições no acolhimento”, que contou com a participação da psicóloga Valéria Tinoco, mestre e doutora em Psicologia Clínica (PUC-SP), co-fundadora, professora e supervisora do 4 Estações Instituto de Psicologia e da Assistente Social Adriana Pinheiro, especialista em violência doméstica contra crianças e adolescentes em políticas públicas e Direitos Sociais, com 20 anos de experiência no Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora – Sapeca (Campinas).

Adoção: estratégias e cuidados na transição do acolhimento para a família adotiva.

Adoção: estratégias e cuidados na transição do acolhimento para a família adotiva.

A transição do acolhimento (institucional e familiar) para a família adotiva é um período delicado e complexo, que requer dos técnicos do acolhimento e da Vara da Infância e Juventude, um olhar atento para as manifestações da criança e dos pretendentes à sua adoção. Afinal, é preciso mediar um encontro muito esperado para a família e inédito para a criança, um encontro permeado de fortes emoções.

Mais autonomia, mais direitos!

Mais autonomia, mais direitos!

O Instituto Fazendo História tem a satisfação de divulgar a pesquisa “Mais autonomia, mais direitos!”, coordenada pela Associação Civil DONCEL (Argentina), como representante da Rede latino-americana de jovens egressos do sistema de proteção. O estudo envolveu Argentina, Brasil, Bolívia, Colômbia, México e Peru, e contou com o apoio da Oficina Regional da UNICEF (América Latina e Caribe) e da Hope and Homes for Children.

Do que precisa um adolescente?*

Do que precisa um adolescente?*

A adolescência é um período de transição e de mudanças significativas que começa por volta dos doze anos...

Reflexões sobre a rotina dos serviços de acolhimento: "Ritos de Passagem"

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Reflexões sobre a rotina dos serviços de acolhimento: "Ritos de Passagem"

O Instituto Fazendo História publica periodicamente situações cotidianas dos serviços de acolhimento, para estimular reflexões e a construção de estratégias a partir de critérios técnicos e não pessoais. 

As situações apresentadas fazem parte do kit de Formação “Vamos Abrir a Roda” e abrangem diferentes temáticas: adolescência, bebês, agressividade e limites, histórias de vida, ritos de passagem, entre outras.

Para pensar! O tema das DUAS situações de hoje é: Ritos de Passagem

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Situação 1

Mikael (8), Luana (7) e Felipe (4) são irmãos e acabaram de chegar à casa. Ainda não sabemos bem o motivo pelo qual estão aqui, tentamos conversar com eles, mas entendemos ainda pouco sobre essa família. Está chegando a hora de dormir e eles dizem insistentemente que querem dormir juntos... Mas a regra aqui da casa é que os quartos são separados por idade e sexo. E agora?

Considerando todas as mudanças e rupturas que as crianças e adolescentes passam  no momento em que são acolhidas, pode-se pensar que a presença dos irmãos seja um fator bastante amenizador deste sofrimento. Na situação apresentada, é possível pensar que os irmãos costumavam dormir juntos na sua casa ou que a possibilidade de ficarem juntos ali traz um tanto de segurança para essa situação. Entendendo que o momento da chegada como um processo de adaptação, talvez possa ser criada alguma flexibilidade na regra dos quartos para construir uma transição: que valide e apresente as regras da casa, mas considere a história e a adaptação das crianças. Vale pensar em itens que promovam maior conforto e segurança às crianças e as ajudem neste processo, como por exemplo, ler histórias e conversar na hora de dormir, oferecer um bichinho de pelúcia para “acompanhá-la”.

Situação 2

Tábara (5) e Talita (3) foram acolhidas já com o poder familiar destituído e sabíamos que seria rápido o encaminhamento para uma família adotiva. Depois de três meses de convivência na casa e dois finais de semana com a família, o juiz já deu a guarda provisória para a família adotante. Eles foram passar o final de semana e não voltaram. Não deu tempo de se despedirem das outras crianças, nem dos educadores.

Uma situação como esta, apesar de nos deixar felizes por um lado (pelo sucesso na concretização da adoção), mobiliza fortes sentimentos em todos na casa. A brusca ruptura não deixa espaço para que crianças, adolescentes e profissionais elaborem a separação da criança com quem estabeleceram um forte vínculo no período de convivência. Para as crianças e adolescentes, é muitas vezes um momento de dar-se conta de que “mais um foi e eu fiquei”. A ausência de algo que marque o desligamento de um dos acolhidos dá, ainda, a sensação de que o período vivido no abrigo e as relações construídas neste tempo não são tão importantes assim. Sempre que possível, é interessante que a equipe da casa promova um ritual, que ajude quem vai e quem fica a lidar com a despedida de forma positiva. Sentir que quem vai deixa a sua marca e também leva algo deste período consigo é essencial, e concretizar essa premissa em forma de fotos, cartas e produções artísticas costuma ajudar.

Quando ocorrerem saídas bruscas, seja por qual motivo for, é possível ainda pensar em estratégias reparadoras, como por exemplo, uma roda de conversa com as crianças e educadores, organização de uma visita das crianças adotadas às casa para um encontro final, o envio de cartas de despedida ou telefonemas, em último caso.

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Os jovens e o projeto de moradia

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Os jovens e o projeto de moradia

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O Grupo nÓs, um dos programas do Instituto Fazendo História, existe para acompanhar e facilitar o processo de transição de jovens em acolhimento para vida adulta, autônoma e inserida na comunidade, colaborando para que eles possam enfrentar de maneira positiva os desafios da vida adulta.

Nestes últimos meses, o foco do trabalho tem sido o desenvolvimento do projeto de moradia. Ações, individuais e grupais, foram desenvolvidas para que os jovens tivessem clareza de suas possibilidades de moradia, dos serviços disponíveis e de quem são suas referências afetivas para auxiliar em seus projetos de moradia.  A realização de um projeto de moradia autônomo depende de uma série de conquistas e aquisições durante o acolhimento.

A seguir, listamos uma série de atividades realizadas pelo Grupo para favorecer o desenvolvimento do projeto de moradia dos jovens:

14 de maio: para introduzir o tema moradia, o Grupo nÓs esteve na Casa Fora do Eixo, uma residência de vivências socioculturais. Lá, os adolescentes tiveram a oportunidade de se aproximar das experiências de um coletivo que vive de forma comunitária para fins culturais. Eles participaram de uma roda de conversa sobre a história da casa, os critérios para quem quer ser um novo membro, além de conversas sobre separação de lixo, reciclagem e reaproveitamento de alimentos!
 
11 de junho: o Grupo nÓs foi para a “Vila do Chaves”, uma exposição que ocorreu no Memorial da América Latina. O cenário fazia referência às condições de moradia dos personagens da vila. Os jovens entraram na casa do Sr. Madruga, reconheceram os móveis e acessórios que já haviam visto na série e entraram no barril do Chaves.

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25 de junho: foi realizada uma atividade em grupo, expondo trechos de filmes e desenhos que mostram diversos jeitos de morar (casa na árvore, casa futurística, caverna, entre outros). Após os trechos apresentados, cada jovem foi convidado a desenhar seu “sonho de moradia”. A ideia era estimular a imaginação! Para fechar o grupo, Fernando, um jovem de 21 anos que viveu um grande período em serviço de acolhimento, foi convidado a contar suas experiências de moradia. Fernando já morou com amigo e atualmente mora sozinho. Ele deu diversas dicas bacanas de moradia aos jovens do Grupo nÓs!

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30 de julho: uma jovem, que naquela mesma semana havia visitado uma República Jovem, socializou com o grupo sua experiência e todos fizeram perguntas a partir de seu relato. Dessa forma, os jovens puderam conhecer um pouco sobre o funcionamento da República.  Em seguida, eles foram separados em subgrupos: um grupo dos que gostariam de morar sozinho, com familiares, com amigos e outro grupo dos que preferem a República Jovem. Cada grupo construiu um painel gráfico contando as vantagens e desvantagens desse tipo de moradia.
   
9 de Julho: Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura (convite para pensar o tema moradia de forma lúdica e interativa). Guiados por uma educadora os adolescentes aprenderam sobre a história desta casa literária, almoçaram juntos na varanda da casa e no final da visita participaram do “Sarau do Vinil”, recitando poemas.

Financiamento coletivo

O Grupo nÓs está em campanha para captar recursos e continuar no auxílio contínuo a jovens que estão em processo de saída dos serviços de acolhimento. Ajude você também e possibilite que mais jovens possam se desenvolver autonomamente e entrar na vida adulta com todo respaldo possível. Doe: https://goo.gl/AelAcf

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