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O que alguém que foi adotado gostaria que você soubesse sobre adoção

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O que alguém que foi adotado gostaria que você soubesse sobre adoção

Das coisas que nunca esqueci como repórter foi uma entrevista num abrigo, em Brasília. A responsável me explicou que havia casos de crianças “devolvidas” depois de adotadas, porque simplesmente as famílias desistiam. Como assim? Uma criança não pode ser tratada como uma mercadoria “com defeito” que a loja aceita de volta!

Os motivos, segundo ela, eram do tipo: “eu descobri que estou grávida, por isso não quero mais” ou "eu não imaginei que ele me daria tanto trabalho”. Fiquei muito impressionada. Imagine a cabecinha de uma criança dessas? Ela me disse ainda que crianças assim voltam para o abrigo destroçadas. É preciso um longo caminho para que elas confiem em alguém novamente. Claro que esta não é uma situação comum, mas só de saber que existe…

Christina Romo foi adotada aos 2 anos de idade, mora nos Estados Unidos e trabalha numa organização de apoio à adoção. Com a autorização dela, eu traduzi um texto com dez dicas que ela tem pra dar a pais adotivos ou para quem mais se interessar pelo tema. Vale a pena conferir o que Christina diz:

1. Impossível ignorar que perder os pais de nascimento é traumático para uma criança. Esta perda será sempre uma parte de mim. Irá moldar quem eu sou e vai ter um efeito sobre meus relacionamentos - especialmente a minha relação com você.

2. O amor não é o suficiente para a adoção, mas certamente faz a diferença. Diga-me todos os dias que eu sou amada - especialmente nos dias em que eu não estou particularmente adorável.

3. Mostra-me - por meio de suas palavras e ações - que você está disposto a resistir a qualquer tempestade comigo. Eu tenho dificuldades em confiar nas pessoas por causa das perdas que experimentei na vida. Mostre-me que eu posso confiar em você. Mantenha sua palavra. Eu preciso saber que você é uma pessoa segura na minha vida, e que você vai estar lá quando eu precisar de você e quando eu não precisar de você.

4. Eu sempre acho que você vai me abandonar, não importa quantas vezes você me diga ou me mostre o contrário. A idéia de que "as pessoas que me amam vão me deixar" foi incutida em mim e será para sempre uma parte de mim. Eu posso querer te afastar de mim para me proteger da dor da perda. Não se importe com o que eu diga, eu preciso de você para me mostrar que você nunca vai desistir de mim.

5. Eu preciso de você para me ajudar a aprender sobre a cor da minha pele ou minha cultura de origem, porque é importante para mim. Eu não me pareço com você, mas eu preciso de você me dizendo - por meio de suas palavras e ações - que não há problema em ser diferente.

6. Eu preciso de você para ser o meu advogado. Haverá pessoas em nossa família, na escola, na vizinhança, na sala de espera da consulta pediátrica… que não entendem sobre adoção. Eu preciso que você explique a elas sobre isto.

7. Em algum momento posso perguntar ou desejar procurar minha família biológica. Você pode até me dizer que estas pessoas não importam, mas não ter esse tipo de conexão deixou um vazio na minha vida. Você sempre será a minha família. Se eu perguntar ou procurar pela minha família biológica, isso não significa que eu te ame menos. Viver sem o conhecimento da minha família biológica tem sido como trabalhar num quebra-cabeças com peças faltando e saber sobre ela pode me ajudar a me sentir mais completa.

8. Por favor, não espere que eu seja grata por ter sido adotada. Eu suportei uma tremenda perda antes de me tornar parte de sua família. Eu não quero o discurso "você me salvou e eu deveria ser grata" pairando sobre a minha cabeça. Adoção é algo sobre a formação de famílias para sempre e não sobre “caridade” para uma criança.

9. Não tenha medo de pedir ajuda. Posso precisar de ajuda para lidar com as perdas que experimentei e outras questões relacionadas com a adoção. Talvez você também precise e isso é completamente normal. Junte-se a grupos de apoio para famílias adotivas, por exemplo. Isso pode exigir que você saia de sua zona de conforto, mas vai valer a pena.

10. A adoção é diferente para todos. Por favor, não me compare com outros adotados. Apenas veja a experiência dos outros para que isso lhe ajude a encontrar a melhor maneira de me entender. Respeite-me como um indivíduo. Nossa jornada nunca vai acabar; não importa o quão instável a estrada possa ser, e independentemente de onde ela pode levar, o fato de estarmos juntos nesta mesma estrada vai fazer toda a diferença.

Se por acaso você quiser saber mais sobre os meios legais para se adotar uma criança no Brasil, visite a página do Cadastro Nacional de Adoção.

Fabiana Santos é jornalista e mora em Washington-DC. Ela é mãe de Felipe, de 10 anos, e Alice, de 4 anos. Este texto é, de alguma forma, uma homenagem a dois amigos dela, que geraram filhos do coração.

Texto extraído do blog Tudo Sobre Minha Mãe

 

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Fazendo História debate acolhimento familiar em seminário no Panamá

Fazendo História debate acolhimento familiar em seminário no Panamá

O Instituto Fazendo História participou recentemente de um seminário que debateu o Acolhimento Familiar e seus desafios nos países da América Latina e Caribe.

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Realizado na Cidade do Panamá pela Relaf (Rede Latinoamericana de Acolhimento Familiar) o seminário recebeu profissionais da Argentina, México, Peru, Chile, Costa Rica, Guatemala, Cuba, Venezuela, Uruguai, Equador e do próprio Panamá que, em três dias de conversas e exposições, trocaram muitas experiências.

Isabel Penteado, coordenadora geral do Instituto, disse que todos os países estão passando por um processo de desinstitucionalização, que reintegra crianças e adolescentes às suas famílias de origem ou encaminham ao acolhimento familiar. “Na maior parte desses países entende-se o encaminhamento para família extensa como acolhimento familiar e trabalham com esses familiares também a partir de formações e acompanhamento sistemático, diferente da forma como essa política esta organizada no Brasil”, conta.

Apesar de cada país ainda estar em um estágio diferente na organização do acolhimento familiar, todos apresentam resultados importantes na diminuição do número de crianças e adolescentes nas instituições e na garantia do direito a convivência familiar e comunitária. A Relaf e a Unicef são grandes impulsoras desse movimento de desinstitucionalização, que começa pelas articulações com governos e passa pela conscientização das organizações e comunidades locais.

No Brasil, por exemplo, grande parte das crianças e adolescentes em situação de acolhimento está em serviços de acolhimento institucionais e uma pequena porcentagem em famílias acolhedoras. Por outro lado, os serviços de acolhimento institucionais têm regras bastante claras para que funcionem, como o número máximo de crianças e adolescentes, mistura de gênero e idades e diferentes profissionais compondo sua equipe profissional. São poucos aqueles que estão muito fora desses padrões, mas sabemos que ainda há muito a caminhar para melhorar a realidade.  

Apesar de visíveis as diferenças, o que se viu no Seminário foram muitas reflexões sobre o melhor interesse das crianças e adolescentes e a construção e fortalecimento de ações para garantir o cumprimento do direito de todas elas à vida familiar e comunitária.

Carta às famílias adotivas

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Carta às famílias adotivas

Foi com surpresa e pesar que lemos os posts de algumas famílias relatando incomodo e dizendo terem se sentido desrespeitadas com nossa carta à revista Veja sobre a reportagem: “As novas vidas da cracolândia: os pais que adotaram crianças abandonadas por mães viciadas em crack”. Isto porque a nossa intenção não foi, em hipótese alguma, desvalorizar a família adotiva em relação à família biológica. Pelo contrário. Quando dissemos que as famílias adotivas “não estão fazendo um favor a ninguém, estão apenas realizando o seu sonho de ser pais e mães” é porque entendemos que, assim como no caso de quem tem filhos biológicos, quem adota está motivado pelo projeto de construir uma família e não de fazer uma caridade. Quisemos, portanto, colocar famílias biológicas e adotivas no mesmo patamar de afeto e legitimidade. 

Aliás, se como organização fazemos algumas ressalvas à adoção é apenas em situações como estas, nas quais está presente a crença de que adotar é um ato caridoso. Filhos adotivos ou biológicos podem apresentar problemas de comportamento, por exemplo, e quando a adoção é vista como a salvação de uma criança, os problemas que ela vier a apresentar podem ser entendidos como um fracasso desse projeto, o que por vezes culmina na trágica situação que é a devolução de uma criança. 

Nos preocupamos também quando o encaminhamento para adoção ocorre sem que seja realizada a devida avaliação da família nuclear ou extensa, como determina a lei, ou quando a passagem da criança do serviço de acolhimento para a família adotiva não é feita de forma cuidadosa, respeitando os laços construídos até aquele momento. 

É importante frisar que APOIAMOS a adoção e sabemos de sua importância tanto para os pais que adotam como para as crianças e adolescentes que são adotadas. No nosso projeto “Histórias cruzadas”, trabalhamos mitos e fantasmas que acompanham as adoções e tecemos, junto às famílias que nos procuram, uma narrativa que contemple de forma singular este cruzamento que se dá entre a história da família adotiva e a história vivida pelo bebê, criança ou adolescente até o momento da adoção.

Não desconsideramos também as dificuldades enfrentadas em adoções tardias. Apenas entendemos que aqueles que as realizam são pessoas corajosas, que não temem o enfrentamento de situações desafiadoras que possam acompanhar sua realização. E também não a vemos como caridosas, pois do nosso ponto de vista, essa concepção pode dificultar a constituição de um laço afetivo entre pais e filhos, a partir do qual pode haver gratidão mútua, mas não dívidas simbólicas de nenhuma das partes. Em nosso trabalho com famílias adotivas, percebemos suas necessidades em serem vistas como famílias como qualquer outra e não como aquelas que têm a generosidade de criar o filho biológico de outro alguém. 

Se houve crítica ou certa ironia de nossa parte foi em relação à abordagem que a reportagem deu a essas adoções e ao desrespeito com o qual as mães biológicas foram tratadas, DE MODO ALGUM em relação às famílias adotivas. Ainda assim, lamentamos muitíssimo ter passado essa impressão e deixamos aqui nosso sincero pedido de desculpa às famílias que se sentiram desrespeitadas. Celebramos sempre que uma nova família se constitui através de laços de amor e respeito, independente de relação consanguínea. Não seria diferente com vocês. 

Equipe técnica do Instituto Fazendo História

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Carta de resposta à reportagem da Revista Veja São Paulo:  "Os pais que adotaram crianças abandonadas por mães viciadas em crack"

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Carta de resposta à reportagem da Revista Veja São Paulo: "Os pais que adotaram crianças abandonadas por mães viciadas em crack"

Após a veiculação da reportagem da revista Veja São Paulo em 30/09/2016, “As novas vidas da cracolândia: os pais que adotaram crianças abandonadas por mães viciadas em crack”, nós do Instituto Fazendo História, ONG que atua há mais de 10 anos contribuindo com o desenvolvimento de crianças e adolescentes com experiência de acolhimento, decidimos nos posicionar criticamente à reportagem.

A matéria da revista parece tentar desmistificar um preconceito a respeito da adoção de bebês nascidos de mães dependentes químicas. Relata casos felizes de crianças que cresceram saudáveis apesar dos riscos que uma gestação com essas características pode representar. Mas recai em outro preconceito, apresentando essas mães biológicas como mulheres cruéis que abandonam seus bebês sem que isso as afete em nada. Desconsidera o sofrimento e desamparo no qual se encontram essas mulheres, muitas delas também filhas de pais dependentes químicos e sem o apoio necessário para reconectar os fios de suas histórias e fazer outras escolhas.

Quem trabalha na área da saúde sabe a vulnerabilidade na qual pode se encontrar uma paciente no pós-parto. Muitas mulheres assistidas por suas famílias em hospitais particulares, deprimem, surtam ou rejeitam o bebê nos primeiros dias, mas são vistas com compaixão e recebem o tratamento adequado. Difícil mensurar o que vivem na maternidade essas moças da cracolândia. Mas a elas não é oferecido um olhar generoso, afinal “são sujas, viciadas e más”.

Nós acompanhamos muitas famílias nos serviços de acolhimento para onde vão esses bebês antes de serem adotados e podemos garantir que dizer: “Depois do parto voltam às ruas para consumir essas substâncias, como se nada tivesse acontecido” é, no mínimo, uma afirmação leviana.

Temos acompanhado casos como os relatados na reportagem. Mulheres que, após parir, saem desnorteadas da maternidade, não só para consumir drogas como afirma a revista, mas para buscar uma rede de apoio que as ajude com seus bebês. Ao encontrar respaldo na própria família, nos profissionais dos programas da prefeitura e em organizações como a nossa não somem, como diz a reportagem, mas comparecem às visitas e começam um bonito percurso de reorganização de suas vidas para cuidar de seus filhos. E muitas o fazem com responsabilidade e competência. Outras não conseguem, é verdade. E isso as marca profunda e dolorosamente. Uma outra gravidez pode acontecer não só por irresponsabilidade, mas como uma tentativa inconsciente de recuperar o filho perdido e, desta vez, conseguir cuidar.

Importante frisar que uma criança não precisa necessariamente de um quarto só para ela, com brinquedos coloridos. Precisa, sobretudo, que sua origem seja respeitada e honrada no discurso da família que a adota e da sociedade em que vive.  As famílias adotivas desses bebês não estão fazendo favor a ninguém. Estão realizando o sonho de ser pais e mães. Podem dar amor, estabilidade e a decoração do “pequeno príncipe” a essas crianças não por serem melhores ou mais generosos que suas mães biológicas. Mas, simplesmente, porque tiveram outra sorte.

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Reflexões sobre a rotina dos serviços de acolhimento: "agressividade e limites”

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Reflexões sobre a rotina dos serviços de acolhimento: "agressividade e limites”

O Instituto Fazendo História publica periodicamente situações cotidianas dos serviços de acolhimento, para estimular reflexões e a construção de estratégias a partir de critérios técnicos e não pessoais.

As situações apresentadas fazem parte do kit de Formação “Vamos Abrir a Roda” e abrangem diferentes temáticas: adolescência, bebês, agressividade e limites, histórias de vida, ritos de passagem, entre outras.

Para pensar! O tema das DUAS situações de hoje é: agressividade e limites

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SITUAÇÃO 1

Jonathan (13), Samantha (11) e Adriele (10) foram acolhidos porque a mãe deles não tem moradia fixa e estavam todos morando com ela na rua. Eles não tinham rotina e não vêm conseguindo se adaptar às regras da casa; Não respeitam os horários e quando são obrigados a fazer alguma tarefa xingam os educadores e dizem que com sua mãe não precisavam fazer nada, que preferiam estar com ela e que morar na casa “é muito chato”.

A mudança da cultura da rua para a vida em uma instituição deve ser bastante drástica para qualquer criança ou adolescente. Compreender essa dificuldade de adaptação seria um primeiro passo para qualquer adulto que esteja lidando com eles. Sem dúvida, é ainda necessário construir junto com os meninos e meninas uma maior compreensão de cada regra, dos benefícios que elas podem trazer para a convivência entre todos. Outro ponto importante seria ponderarmos quais regras podem ser alteradas sem grandes problemas para a casa que trariam um senso de respeito e de real acolhimento para quem chega. Por exemplo, se eles comem com as mãos, será que podemos combinar alguns alimentos que eles, com as mãos lavadas, podem ainda comer desta forma? Ou com a colher, ao invés de garfo, se for o desejo deles?

SITUAÇÃO 2

Ricardo (16) já pulou o muro para ir pra a rua diversas vezes e sempre volta. Com essa atitude, ele influencia os outros adolescentes a saírem também, desorganizando o funcionamento casa. Estamos pensando em o que fazer, a convivência com ele tem se tornado inviável.

Os embates entre adultos e adolescentes acontecem nas famílias, nas escolas e também nos serviços de acolhimento. Lidar com estes embates faz parte do cotidiano. Conversas individuais com a figura de melhor contato na casa e assembleias onde outros adolescentes podem falar dos desconfortos com as quebras de combinados podem ser interessantes. Consequências podem aparecer para cada fuga: ele pode voltar para casa, mas fica sem internet ou sem televisão ou precisa ajudar mais na limpeza. A consequência deve ocorrer, mas não a transferência de abrigo, que ao invés de uma atitude educativa, tem mais o caráter de um novo abandono, uma falta de investimento na possibilidade deste menino encontrar um lugar saudável no mundo. É importante também ouvir o desejo do adolescente de ganhar autonomia para sair da casa e de circular no território. Permitir que o adolescente saia, combinando onde ir e quando voltar, pode reduzir a necessidade dele de fugir.

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Reflexões sobre a rotina dos serviços de acolhimento:  "adolescência e moradia"

Reflexões sobre a rotina dos serviços de acolhimento: "adolescência e moradia"

A partir de hoje, o Instituto Fazendo História publicará periodicamente situações cotidianas dos serviços de acolhimento, para estimular reflexões e a construção de estratégias a partir de critérios técnicos e não pessoais. As situações apresentadas fazem parte do kit de Formação “Vamos Abrir a Roda” e abrangem diferentes temáticas: adolescência, bebês, agressividade e limites, histórias de vida, ritos de passagem, entre outras.

Para pensar! O tema de hoje é: adolescência.

Ricardo faz 18 anos daqui a dois meses. Estava tudo certo para ele viver em uma República Jovem após sua saída. De repente o adolescente diz que não vai para a República. Sua fala vem nos preocupando muito, pois pensamos no melhor encaminhamento possível para Ricardo. O que fazer? 

A questão que se coloca é se Ricardo foi incluído nas discussões e reflexões sobre seu projeto de moradia pós-acolhimento. Muitas vezes o que os adultos consideram como a melhor opção é diferente do que o jovem considera. Se não houver diálogo com o jovem a tendência ao fracasso do encaminhamento é muito grande.

Será que foi de fato uma escolha de Ricardo este projeto de moradia?

Ricardo teve acesso a outras possibilidades de moradia antes da definição de encaminhamento para a República? É sempre importante considerar que a República é uma alternativa entre outras tantas, como o aluguel de uma casa e o retorno familiar.

Ricardo foi visitar este local com antecedência? Conversou com os moradores de lá? Esclareceu dúvidas? A preparação anterior à saída do serviço é fundamental para aumentar a probabilidade do encaminhamento ser bem sucedido.

Em 15 anos, acidentes com crianças e adolescentes diminuem 31% no Brasil

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Em 15 anos, acidentes com crianças e adolescentes diminuem 31% no Brasil

De 2001 a 2014, o número de óbitos acidentais de meninos e meninas de até 14 anos diminuiu 31% no país, passando de 6.190 em 2001 para 4.316 em 2014. Os dados são da ONG Criança Segura divulgados na publicação "15 anos de atuação da Criança Segura no Brasil: Análise de indicadores de mortes e internações por acidentes na infância e adolescência desde 2001".

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Análise dos dados por tipo de acidentes:

Mortes devido a acidentes no trânsito (-34%) e afogamentos (-32%) apresentaram desempenho parecido com a média de redução de 31% os acidentes fatais. Já sufocação e intoxicação apresentaram aumento de 7% e 1% respectivamente ao invés de mostrar redução como as outras causas. Com avanço acima da média estão os óbitos por quedas, queimaduras e mortes por armas de fogo, com reduções bem significativas, de 39%, 41% e 54% respectivamente.

Para as internações, os casos por queimaduras aumentaram 37%, bem mais que a média de 8%. Por outro lado, as hospitalizações por afogamentos apresentaram redução de 47%.  Trânsito e a categoria outros tiveram aumento de 19% de internação no período observado e, por sua vez, quedas, sufocação e intoxicação apresentaram reduções respectivamente de 3%, 1% e 20%.

Análise dos dados por faixa etária:

No período de 2001 a 2014, para os menores de um ano, houve aumento de 2% nos óbitos por acidentes. Já a faixa de cinco a nove anos teve desempenho acima da média, com uma queda de 43% nas mortes por acidentes. As faixas etárias de um a quatro anos e 10 a 14 anos tiveram comportamento parecido com a média de 31% de redução em números absolutos.

Para internações, as faixas etárias de menor de um ano e de um a quatro anos apresentaram aumento bem superior a média de 8%, com respectivamente 22% e 23%. Já a faixa etária de cinco a nove anos apresentou quase nenhum aumento no intervalo de tempo analisado (1%), estando abaixo da média geral. A faixa etária de 10 a 14 anos se manteve próxima à média, com aumento de 7%.

Para ler a publicação na íntegra, clique aqui

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Instituto Fazendo História visita instituto fundado pela pediatra Emmi Pikler

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Instituto Fazendo História visita instituto fundado pela pediatra Emmi Pikler

O Instituto Fazendo História visitou recentemente o Instituto Loczy, em Budapeste, na Hungria. A entidade, criada pela médica Emmi Pikler, existe desde 1946 quando acolheu bebês que ficaram órfãos durante a 2ª guerra mundial. A metodologia desenvolvida pela médica para cuidar dos bebês recém-acolhidos foi baseada numa maneira sensível de oferecer o cuidado – principalmente para crianças de zero a três anos - partindo da observação e do reconhecimento de que, desde o nascimento, os bebês são sujeitos ativos.

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O método se tornou uma referência mundial quando o assunto é cuidado na primeira infância, inspirando inclusive os técnicos do Instituto Fazendo História.

O local deixou de ser um abrigo e, hoje, é uma creche que mantém seu trabalho baseado no legado deixado pela médica.

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Aplicação da metodologia

Para construir sua metodologia de intervenção junto aos bebês, Emmi Pikler baseou-se na observação deles e no reconhecimento de que, desde seu nascimento, são sujeitos ativos e não apenas passivos necessitando de cuidados. Os dois pilares fundamentais de sua abordagem são a construção de uma segurança afetiva e o movimento livre. 

Segundo os ensinamentos deixados pela pediatra, os educadores devem sempre falar com os bebês durante os cuidados diários, olhando nos olhos e percebendo suas reações. Quando o ritmo dos cuidados diários se repete, os bebês se sentem mais seguros e o ambiente se torna mais calmo e tranquilo. Pikler enfatizou a necessidade da paciência e da tranquildade. Nada de pressa! Deve ser sempre dado o tempo necessário para que o bebê aproveite a experiência de forma prazerosa, sentindo cada cuidado que recebe. 

O Instituto Fazendo História, em todos os programas que envolvem o acolhimento de bebês, utiliza-se dos princípios da médica húngara. Esses princípios, inclusive, foram utilizados na produção de duas das nossas publicações: “O acolhimento em bebês: práticas e reflexões compartilhadas” e “Entre o singular e o coletivo: o acolhimento de bebês em abrigos”. 

Se quiser saber mais sobre o acolhimento de bebês, faça o download das publicações do Instituto Fazendo História que abordam o tema, clicando aqui.

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Instituto Fazendo História participa de seminário na Áustria

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Instituto Fazendo História participa de seminário na Áustria

No mês de agosto, o Instituto Fazendo História participou do seminário "Together Towards a Better World for Children, Adolescents and Families" (Tradução livre: “Juntos Por um Mundo Melhor para Crianças, Adolescentes e Famílias”), realizado pela ONG FICE, em Viena na Áustria.

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O Congresso reuniu profissionais de mais de 60 países que trabalham com crianças e adolescentes que precisaram ser separados de suas famílias. A psicóloga Manuela Fagundes, técnica do Grupo nÓs (programa do Instituto que trabalha com adolescentes em processo de saída do serviço de acolhimento), foi a representante do Instituto, participando de palestras e workshops que traziam informações, reflexões e experiências de organizações do mundo todo.

Todos falavam em inclusão, inserção familiar e comunitária e desenvolvimento de autonomia como eixos fundamentais do trabalho. Manuela teve a oportunidade de apresentar o Grupo nÓs em uma mesa junto a outras 3 organizações do Brasil. Foram dias de muito aprendizado e inspiração. Novas ideias surgiram para nossos programas e já estamos trabalhando para colocá-las em prática!

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Instituto Fazendo História adere à campanha "Criança é Prioridade"

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Instituto Fazendo História adere à campanha "Criança é Prioridade"

O Instituto Fazendo História é uma das instituições signatárias da campanha "Criança é Prioridade", uma iniciativa da Rede Nacional Pela Primeira Infância (RNPI).

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A campanha recém-lançada tem o objetivo de mobilizar candidatos e candidatas às prefeituras de todas as cidades brasileiras a assumirem um compromisso público pelos direitos da criança. Por meio da participação social de entidades ligadas à área, a ideia é  realizar um verdadeiro mutirão para informar os candidatos sobre as atribuições da Prefeitura na garantia dos direitos das crianças na primeira infânciaa importância de promover e articular políticas intersetoriais e a necessidade de implantar um Plano Municipal pela Primeira Infância.

Se você é um serviço de acolhimento pertencente a uma organização social reúna os candidatos da sua cidade e entregue a eles a Carta- Compromisso. O ideal é fazê-la chegar a todos os candidatos e candidatas à prefeitura do seu município. Isto é importante porque ajuda a pautar as campanhas e os debates eleitorais, e evidencia quem assinou o compromisso e quem se recusou a assinar.

É importante e essencial para o desenvolvimento das crianças que exista uma política forte de proteção, para que direitos sejam respeitados e ações realizadas no intuito de proteger meninos e meninas, principal realizadas pelo próprio Poder Público.

Organizações e cidadãos podem participar dessa mobilização nacional (se inscrevendo através do site da RNPI – www.primeirainfancia.org.br) e receber o material, que inclui a carta e o termo de compromisso para entregar aos candidatos, um guia informativo da campanha, e imagens para promover os direitos das crianças que podem ser compartilhadas através das redes sociais.

 

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Instituto Fazendo História celebra os 26 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)

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Instituto Fazendo História celebra os 26 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)

13 de julho é aniversário de 26 anos da promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e nós do Instituto Fazendo História celebramos com entusiasmo essa lei de fundamental importância às crianças e aos jovens deste país.

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O Instituto Fazendo História, que nasceu com o propósito de oferecer aos meninos e meninas que precisaram ser separados de suas famílias um momento de reparação afetiva, entende que cada criança e cada adolescente têm o direito de ser protagonista de sua própria história e, para isso, o ECA dá o respaldo necessário no trabalho diário de oferecer uma outra realidade a essas pessoas.

Apesar das deficiências que ainda existem na aplicação e na fiscalização das leis, entendemos que houve um avanço considerável nas políticas públicas que foram capazes de fazer das crianças e adolescentes sujeitos de direito, inclusive aqueles que se encontram sob medida de proteção, vivendo em serviços de acolhimento.

Hoje, portanto, mais do que aniversário do ECA, é dia de mobilizar todas as frentes de defesa dos direitos da criança e do adolescente para que possamos avançar ainda mais e não permitir retrocessos.

 

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Fazendo História vence prêmio “Todos por um Brasil de leitores”

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Fazendo História vence prêmio “Todos por um Brasil de leitores”

08/jul/16

Com enorme prazer compartilhamos que o Instituto Fazendo História foi um dos vencedores do prêmio “Todos por um Brasil de leitores”, promovido pelo Ministério da Cultura! Prêmios como este tem um imenso valor, pois permitem dar continuidade e multiplicar o trabalho com histórias de vida através da literatura infanto-juvenil.

Através deste prêmio, poderemos implementar e incrementar bibliotecas de 6 serviços de acolhimento, tornando esses espaços mais aconchegantes e convidativos, além de entregar novos livros que enriquecerão o acervo dessas organizações.

Também como resultado deste prêmio, nos próximos meses, realizaremos novos ciclos de formação de colaboradores voluntários que atuem como mediadores de leitura nos serviços de acolhimento beneficiários. Entre no nosso site, fique atento à data da próxima formação e se inscreva! Venha fazer parte dessa história! 

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Claudia Vidigal, presidente do Instituto Fazendo História, é finalista do Prêmio Visionaris 2016

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Claudia Vidigal, presidente do Instituto Fazendo História, é finalista do Prêmio Visionaris 2016

Claudia Vidigal, presidente do Instituto Fazendo História, é finalista do Prêmio Visionaris 2016, promovido pela Ashoka e Banco UBS.

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O prêmio tem como objetivo reconhecer empreendedores sociais de destaque. Para o UBS, um empreendedor social é uma pessoa que possui visão, criatividade e determinação de um empreendedor comum, mas usa essas qualidades para projetar soluções que acabem ou minimizem problemas sociais complexos.

O tema do Visionaris deste ano é “Diversificando a captação, inovando na geração de receita". Na opinião do UBS, apenas as organizações sociais que projetam sistemas de financiamento criativo e diversificado podem assegurar um modelo sustentável de intervenção, como é o caso do Instituto Fazendo Instituto, um dos 4 finalistas.

Recebemos e compartilhamos a notícia com imensa alegria.

O Fazendo História entende que mobilizar recursos extrapola a questão financeira e considera seu recurso mais precioso os cerca de 700 voluntários que atuam diretamente com as crianças e adolescentes semanalmente.

Quanto valem essas relações de cuidado para quem está afastado de sua família?

Obrigada Ashoka, UBS, parceiros e voluntários, por reconhecer o valor se nosso trabalho.

 

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Presidente do Instituto Fazendo História participa de encontro de líderes promovido pela Ford Foundation em NY

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Presidente do Instituto Fazendo História participa de encontro de líderes promovido pela Ford Foundation em NY

Claudia Vidigal, presidente do Instituto, participou entre os dias 1 e 16 de junho, em Nova York, do evento realizado anualmente pela Ford Foundation que reúne líderes sociais. Segundo o critério da organização, Claudia foi selecionada por liderar uma ONG que transforma o mundo e desenvolve um trabalho importante na melhoria da vida das pessoas.

“Nossa participação objetiva aprender com outros e com experiências bem sucedidas, trazer para o Brasil coisas novas e boas, que estão dando certo pelo mundo", considerou a presidente.
 
Durante duas semanas, os líderes de 5 países passaram por um intenso programa de treinamento que contou com a presença de profissionais de universidades dos Estados Unidos, como Columbia e Yale University. Durante o treinamento, visitaram a cidade de Nova York e suas diferentes comunidades, além de conhecer a sede da Ford Foundation, em Dearborn, no estado de Michigan.

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