No dia 15 de outubro de 2025, o Instituto Fazendo História realizou a quinta oficina do Projeto Formação em Redes, com o apoio do FUMCAD (Fundo Municipal da Criança e do Adolescente), no Instituto Pólis. O encontro teve como tema "Estratégias e possibilidades no acompanhamento de Famílias de origem no Serviço de Acolhimento” e foi direcionado aos profissionais que atuam nos Serviços de Acolhimento, Rede Socioassistencial e Sistema de Garantia de Direitos da cidade de São Paulo.

A oficina contou com a participação de Gracielle Feitosa de Loiola, assistente social do TJSP, mestre e doutora em Serviço Social, integrante do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Crianças, Adolescentes e Famílias (NCAF/PUC-SP) e autora do livro Produção Sociojurídica de Famílias “Incapazes”: do Discurso da “Não-Aderência” ao Direito à Proteção Social.

A profissional iniciou o encontro compartilhando aspectos de sua trajetória, as inquietações a respeito dos relatos produzidos nos relatórios sobre as famílias de origem de crianças e adolescentes acolhidos, e os caminhos percorridos em suas pesquisas de mestrado e doutorado.

Um ponto destacado por Gracielle foi o quanto nossas concepções pessoais de família atravessam a prática profissional, influenciando análises e avaliações. Ressaltou a importância de desenvolver o olhar crítico e o estranhamento necessário para que o(a) profissional não imponha ao outro interpretações baseadas em valores individuais, evitando que sejam tomadas como verdades absolutas.

Por fim, Gracielle apresentou questionamentos relevantes sobre o acompanhamento das famílias: quem tem realizado esse trabalho e o que, de fato, o caracteriza. Destacou que atendimento e acompanhamento não são sinônimos e, como estratégia fundamental, mencionou o PIA (Plano Individual de Acompanhamento), problematizando a forma como ele vem sendo elaborado nos serviços.

Dessa forma, Gracielle nos convida a refletir sobre a necessidade de ressignificar as práticas no cotidiano dos serviços, fortalecendo o entendimento do acompanhamento como um processo contínuo, planejado, crítico e ético-político, comprometido com a efetiva transformação das trajetórias familiares.

Confira o vídeo com a oficina completa: