No dia 25 de março de 2025, o Instituto fazendo História, com o apoio do FUMCAD, realizou uma oficina no Instituto Polis que recebeu profissionais para uma manhã de debates sobre o tema: "Violências Institucionais: Silêncios e Omissões". A oficina foi conduzida por Samara Xavier, educadora social, professora de pós-graduação em Gestão e Serviços do SUAS na Fapcom, formadora da PAULUS Social e da Social Soluções.
Por que este tema é tão importante?
As violências institucionais afetam diretamente a vida de milhares de pessoas, especialmente aquelas em situação de vulnerabilidade social. Ao ignorar ou naturalizar essas violências, perpetuamos sistemas de desigualdade e exclusão.
Durante o encontro, Samara trouxe à tona questões fundamentais sobre como as violências institucionais se manifestam no cotidiano, muitas vezes de forma invisível, perpetuadas por silêncios, omissões e práticas normalizadas nas instituições. “Quando falamos de violência institucional, estamos falando de violências cometidas a partir do Estado brasileiro e transbordadas para as instituições que representamos”, explicou a facilitadora. “Mas essas violências não são abstrações – elas são operacionalizadas por pessoas, incluindo nós, trabalhadores.”
O evento proporcionou aos participantes uma oportunidade única de alinhar conceitos, refletir sobre as relações de poder e discutir estratégias para enfrentar essas violências. Um dos pontos centrais da oficina foi a importância de reconhecer a humanidade nas interações com o público atendido, especialmente em serviços de cuidado e proteção. “Não podemos reproduzir estigmas ou tratar como violentas as pessoas que já são vítimas de um sistema desigual”, destacou Samara.
A facilitadora também chamou atenção para a necessidade de olhar criticamente para as próprias práticas institucionais. “Muitas vezes, somos ensinados a reproduzir comportamentos que perpetuam violências, mesmo sem perceber. É preciso desconstruir isso.” Entre os exemplos discutidos, estavam situações como a falta de apoio adequado, a omissão de informações claras e a revitimização de pessoas que buscam ajuda.
Outro aspecto relevante foi a discussão sobre como as violências institucionais se entrelaçam com outras formas de opressão, como racismo institucional, misoginia, capacitismo e xenofobia. “Para enfrentarmos as violências institucionais, precisamos nomeá-las e compreender suas especificidades”, afirmou Samara. “Silenciar essas questões é reforçar o ciclo de exclusão.”
A oficina contou com momentos de diálogo, análise de casos reais e reflexões coletivas, criando um espaço seguro para questionar práticas e propor mudanças. Os participantes saíram do evento com novas perspectivas e ferramentas para aplicar em seus contextos profissionais e pessoais.
Confira o vídeo com a oficina completa: clique aqui