No mês de junho de 2023 o Instituto Fazendo História, em parceria com o Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONDECA) – SP, realizou a oficina: “Reflexões sobre sexualidade e gênero no Serviço de Acolhimento” na cidade de Guarulhos e Campinas. Tivemos como convidadas as profissionais, Desirèe Monteiro Cordeiro, Psicóloga formada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP, 2002), Psicodramatista Sociedade Paulista de Psicodrama (PUC-SP/SOPSP, 2005), Mestre em Ciências pelo Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP - 2012). Psicóloga voluntária supervisora de atendimento de Adolescentes no Ambulatório Transdisciplinar de Identidade de Gênero e Orientação Sexual (AMTIGOS). Membro da WPATH - World Professional Association for Transgender Health (Associação profissional mundial de saúde de transgêneros).

Tivemos também a presença da profissional Cléria S. Pereira, Psicóloga pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Atua na área Clínica, em consultório particular, e Ambulatorial, pelo AMTIGOS-HCFMUSP, orientada pelo Psicodrama. Pós-graduanda em Sexualidade Humana. Experiência em desenvolvimento individual e coletivo em equipes de trabalho, atendimento clínico a grupo infantil, adolescente e adulto e acompanhamento terapêutico.

Nesta oficina, as profissionais realizaram uma sensibilização psicodramática com o grupo de profissionais presentes. Aqueceram o  grupo com a exposição de vídeo acerca do tema, no qual os profissionais construíram e dramatizaram cenas sobre a temática.

As profissionais Desirèe e Cléria realizaram uma explanação compartilhada, articulando os conceitos teóricos, a experiência de pesquisas, a prática profissional e situações cotidianas trazidas pelos profissionais durante as cenas.

Iniciaram a explanação diferenciando os conceitos de sexo e sexualidade, a partir da construção cientifica e realizaram contrapontos ao desenvolvimento de crianças e adolescentes, bem como os adultos podem mediar tal conhecimento. 

As profissionais levaram o grupo a refletir sobre as dificuldades de se abordar o tema sexo e sexualidade, não só com crianças e adolescentes, mas como sociedade, uma vez o que assunto é considerado tabu. Destacam a importância da escuta e do acolhimento do conteúdo trazido por criança e ou adolescente, bem como a importância de falar sobre o assunto de maneira clara e direta, considerando o repertório do sujeito (criança/ adolescente).

Afirmam que falar de sexo costuma ser mais difícil do que abordar a sexualidade, mas ressaltam a necessidade  de falar, uma vez que existe problemas como: “adolescentes fazem sexo, mas não falam sobre”, e que no exemplo citado, os adultos devem mediar, e ajudar a pensar sobre:  Quais os riscos? Onde? Quando? Com quem?.

Falaram também sobre o significado das siglas LGBTQIA+, resgatando marcos históricos que definiram a ordem de inclusão de cada letra. Abordaram os aspectos do sexo biológico, identidade de gênero, papel de gênero, orientação sexual, intimidade e afetividade de modo crítico.

Finalizaram a explanação apresentando a sexualidade como algo inato e que todo mundo tem, que deve ser olhado de modo individual e paradoxal e que pode se manifestar em qualquer fase do desenvolvimento. Diferente da orientação, que é possível identificar no período da puberdade.

Destacam a importância de validar o que é trazido pelas crianças e adolescentes, evitando senso comum, buscando entender e ter clareza da situação a partir de construções científicas. E afirmam a sexualidade como algo multicultural, portanto está sujeita a mudanças de acordo com o contexto no qual os sujeitos estão inseridos.

Assista a oficina na íntegra